O Cérebro da Criança e a Aprendizagem

Como a criança aprende? Como ajudar e potencializar o cérebro do seu filho? Leia o resumo e acesse atividade para ajudar na alfabetização!

Para compreendermos o processo que a criança perpassa durante o aprendizado de qualquer habilidade, como, por exemplo, como a criança aprende a ler e a escrever, antes precisamos conhecer os principais aspectos do cérebro e o conceito de aprendizagem para a neurociência cognitiva.

Hoje vou compartilhar com você um pouco dos meus estudos sobre Neuroeducação! Boa leitura!

Neurociência e Neuroeducação

A palavra neurociência, que surgiu na década de 70 e que o estudo sobre o cérebro se dá pela interdisciplinaridade. As pesquisas científicas multidisciplinares trouxeram então a clareza de que o cérebro do recém-nascido não está plenamente desenvolvido, as funções do córtex cerebral irão sendo especializadas gradativa e progressivamente ao longo dos anos até ao final da adolescência. Ferreira (2014, p.71) faz uma síntese do funcionamento do cérebro infantil:

“O desenvolvimento da criança está relacionado ao crescimento dos neurônios, à sua mielinização, ao desenvolvimento pré-natal e à experiência, a qual faz com que as sinapses reorganizem seus padrões”.

Outra contribuição para compreensão do funcionamento do cérebro da criança de 0 a 6 anos foi o entendimento sobre os períodos críticos do desenvolvimento. Os pesquisadores Bartoszeck e Bartoszeck (2012) definem os períodos críticos como “estágios de desenvolvimento para funções específicas do cérebro”.

Janelas de Oportunidade

Esses períodos são “janelas de oportunidade” nos primórdios da vida, quando o cérebro da criança está particularmente susceptível às entradas de estimulação sensorial, para o amadurecimento de sistemas neurais mais desenvolvidos.”.

Estas janelas de oportunidade, denominadas pela neurociência como períodos críticos, é essencialmente importante para primeira infância em função de outra capacidade do cérebro, a neuroplasticidade.

Neuroplasticidade

O cérebro infantil possui uma neuroplasticidade maior, isto é, a capacidade de criar novos neurônios (neurogênese) e realizar novas conexões (sinaptogênese) é mais intensa nas crianças do que nos adultos e idosos por haver um declínio ao longo da vida. (FERREIRA, 2014, p.71).

Quando aprendemos, há uma modificação estrutural no cérebro pela criação de novas sinapses (sinaptogênese) e pela eliminação de outras (poda sináptica). Em virtude destas características do cérebro e compreendendo que neuroplasticidade é maior na infância, pode-se entender que os períodos sensíveis permitem a expressão máxima de habilidades justamente porque a estrutura cerebral é moldada pelas experiências. (FERREIRA, 2014, p.70, p.73).

O cérebro da criança é muito mais ‘plástico’

Resumindo, o cérebro é um sistema complexo, dinâmico e em modificação diária, pelas experiências; cérebros são considerados ‘plásticos’ e continuam a se desenvolver e a aprender ao longo de suas vidas; o cérebro da criança é muito mais ‘plástico’ do que um adulto e idoso; por isso, é essencial investir em estímulos cognitivos nessa fase da vida, tão importante para o aprendizado.

As situações vividas na primeira infância, tanto as experiências quanto as interações sociais com familiares e cuidadores podem impactar no aprendizado mesmo antes da criança ser matriculada na Educação Infantil!

E claro que isso irá influenciar também na alfabetização e aprendizado da leitura e da escrita. Há diversos estudos que demonstraram o efeito de experiências vividas informalmente no contexto familiar que envolviam as práticas de leitura e escrita, chamadas por “Home Literacy”, ou Literacia Familiar.

Literacia Familiar, o valor do estímulo da família

O estudo das pesquisadoras Cardoso e Mota (2015) por exemplo, correlacionou o impacto positivo da Literacia Familiar sobre o desenvolvimento sociocognitivo (habilidades de comunicação e linguagem). E também de habilidades consideradas essenciais para o sucesso futuro da leitura e da escrita, na etapa de alfabetização, especificamente da consciência fonológica, do conhecimento do nome de letras e do vocabulário, para empregar os termos que as Professoras Alfabetizadoras conhecem. 🙂

Em outro estudo conduzido pelas pesquisadoras Palinha e Mota (2019), apontaram a influência e o papel da Educação Infantil e das práticas de Literacia Familiar. Elas constataram que as crianças que frequentaram mais de um ano a Educação Infantil tiveram desempenho superior em habilidades essenciais para a etapa de alfabetização.

Então, Mamãe e Papai, investir na Educação Infantil, tanto na escola como em outros espaços, incluindo sua casa, trará muitos resultados para o desenvolvimento do seu filho!

Estes estudos demonstraram também que as crianças que tiveram mais experiencias como práticas de leitura em voz alta feita pelos pais em casa e uso de jogos educativos tiveram melhor resultado nas avaliações de alfabetização. Isto porque as crianças desenvolveram habilidades importantes (vocabulário, capacidade de diferenciar sons, percepção visual, etc.) para aprender a ler e escrever e também para desenvolver o raciocínio lógico-matemático.

Quer saber mais sobre o assunto? Gostou de aprender mais sobre o cérebro e a aprendizagem? Fique atento as postagens do blog que em breve compartilho mais!

Para ajudar aos pais a apoiar a alfabetização em casa e a estimular o cérebro das crianças criei alguns jogos considerando esses princípios da neurociência que vimos hoje, mas antes, confira as dicas:

Dicas de como praticar Literacia Familiar

  • Leia histórias para seus filhos sempre
  • Peça para seu filho te contar uma história
  • Brinque com seu filho, invista em jogos de tabuleiro, jogos de montar, quebra-cabeças

Jogo para ensinar os nomes das letras e seus sons

É claro que o ensino e a alfabetização é feito na escola, mas os pais também podem contribuir muito. Confira o jogo psicopedagógico Jogo do Alfabeto, você pode imprimir e ajudar as crianças a aprender habilidades de consciência fonológica e fonêmica mesmo sem ser um especialista. 🙂

REFERÊNCIAS:

FERREIRA, Maria Gabriela Ramos. Neuropsicologia e aprendizagem. Curitiba: Intersaberes, 2014. 241p.

CARDOSO, Carla Valério; MOTA, Márcia Maria Peruzzi Elia da. Home-Literacy e os precursores da alfabetização. Estud. pesqui. psicol., Rio de Janeiro,  v. 15, n. 2, p. 708-724, jul.  2015

PALINHA, Katia de Matos; MOTA, Márcia Maria Peruzzi Elia da. O Papel da Home Literacy e da Educação Infantil no Desenvolvimento dos Precursores da AlfabetizaçãoEstud. pesqui. psicol., Rio de Janeiro, v. 19, n. 3, p. 704-717, set.  2019.  

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